Esporte começa como brincadeira - O exemplo de Jaqueline

Matéria de Raitza Vieira - Diario de Pernambuco

Os pais que colocam as crianças muito cedo em uma escolinha achando que dessa forma os pequenos serão atletas de ponta no futuro enganam-se. A experiência mostra que muitos jogadores de nível de seleção começaram a praticar o esporte somente na adolescência. A jogadora pernambucana Jaqueline Carvalho, 27 anos, atual ponteira do Sollys/Osasco, é um exemplo. Ela começou a jogar voleibol aos 14 anos de idade. Antes, aos 12 anos, ela praticava basquete. Antes disso, nunca tinha feito nenhum esporte.

"Decidi praticar esporte não pensando em ser atleta, mas para ter um bom preparo físico. Só depois descobri que tinha talento. Engraçado que a minha irmã iniciou a prática esportiva com intuito de se tornar profissional e hoje é administradora. Enquanto eu nem tinha ideia de que isso ia acontecer comigo."

Jaqueline atribui uma parte da sua descoberta ao fator ´sorte`. ´O meu treinador de vôlei, aos 14 anos, me levou para São Paulo, onde tive oportunidade de jogar em um clube profissional. Quando decidi sair do Recifetinha na minha cabeça que queria me tornar uma jogadora da Seleção Brasileira. Este era o meu sonho`, falou.

Aos 17 anos, Jaqueline foi convocada para Seleção adulta. Ela explicou ainda que não teve muita cobrança na época de categoria base, apenas o incentivo dos pais. ´Vi muitas meninas sofrerem por conta da pressão familiar e acabarem desistindo do vôlei`, relatou. ´Os pais, por mais que queiram que os seus filhos se tornem profissionais, devem respeitar a vontade do jovem. Ele é que tem que descobrir o que quer, não os pais.`

Sem filhos e casada com o também jogador de vôlei Murilo Endres, Jaqueline fala que não se importará caso, no futuro, tiver um filho que não queria seguir o esporte. ´Se ele quiser jogar vôlei, futebol ou simplesmente não quiser seguir a carreira dos pais, eu irei apoiá-lo

Fonte: Superesportes