Você jogava no Pesaro e voltou esse ano para disputar a Superliga. Naquele momento, quando decidiu aceitar o convite do Osasco, chegou a temer pelo sucesso do time na temporada, já que ele perdeu a Paula Pequeno e estava sem patrocinador?
Quando cheguei no Osasco, não sabia nem qual patrocinador teríamos. Luizomar (de Moura, técnico) me deu certeza de que seria um muito bom e eu confiei na palavra dele. Imaginava que faríamos um campeonato bom, apesar disso, porque o grupo era praticamente o mesmo. Então, vim só para reforçar, para complementar o que já estava de bom tamanho. Acho que deu certo.
Agora, com o Osasco classificado para as quartas em segundo lugar, você já tem certeza de que fez a escolha certa?
Absoluta. Foi ótimo voltar ao Brasil e ficar perto da minha família. Jogar no time onde praticamente comecei minha carreira (o início mesmo foi no Sport, de Recife). Principalmente, isso acarretou um momento muito positivo na minha vida particular, junto com o Murilo (namorado, jogador do Sesi e da seleção brasileira). Tudo encaixou.
Neste sábado, começam os playoffs. Qual foi a importância da vitória sobre o Rio de Janeiro na última rodada do returno para entrar com confiança nas quartas?
Foi um amistoso de classe. Sabíamos que ficaríamos em segundo, independente do resultado. Mas ninguém queria perder. Eu não pude participar da primeira vez que enfrentamos o Rio (lesionada), então entrei com o único objetivo de vencer. Ganhar delas é sempre muito importante, é uma equipe de muito respeito. Agora, está 1 a 1 no placar. Ganhamos moral. Esses últimos jogos deram bastante confiança. Dá para ver nos olhos das meninas que querem muito vencer. Foram três anos de vices. Agora, o sonho do título tem que chegar.
Você foi a maior pontuadora contra o Rio, junto com a Natália (24 acertos). Jogar contra o maior rival dá uma motivação a mais?
Nunca vou ser a maior pontuadora da Superliga. Até porque esse não é meu objetivo. Deixo isso para a Natália. Sou mais uma faz-tudo mesmo, fico na defesa, ajudo no que der lá dentro. Mas cada jogo é uma batalha para mim. Entro em quadra como se estivesse indo para uma guerra. E digo uma coisa: voltei da Itália para ser campeã. Já tenho três títulos da Superliga, sendo dois com o Osasco. Quero mais um. Estou muito concentrada e motivada. Minha alma e meu coração estarão comigo em cada toque na bola.
Você é tricampeã da Superliga, com dois títulos pelo Osasco e outro pelo Rio de Janeiro. Como você passa a experiência que tem no campeonato para as meninas que estão começando a carreira ao seu lado?
Eu sou uma velha nova, né? (risos) Não sou tão velha de idade, mas já passei por muita coisa. Então, busco fazer com essas meninas o que a Virna e a Fernanda Venturini fizeram comigo, quando eu estava começando. Quero que elas suguem o máximo de mim. Estou sempre de braços abertos para transmitir tudo o que sei para elas. Mas também posso ser uma meninona bem chata. Nos treinos, se tem alguém mal, eu vou lá e pergunto: “Está tudo bem?”. Se não tiver nada, nenhum problema, eu pego no pé. Sou chata mesmo, assumo. Mas meu único objetivo é a evolução delas, juro.
Fonte: globo.com globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Volei/0,,MUL1543804-15080,00-JAQUELINE+VOLTEI+PARA+SER+CAMPEA.html